Saímos da capital do reino de Mekbara, tínhamos
planos de seguir até Sambura e de lá para Senóia onde esperávamos encontrar um porto e embarcar
para as terras elficas, e por fim chegar até a cidade elfica “Lyra”
(estrela pequenina, segundo referências do pergaminho). Antes disso tínhamos a
previsão de passar por uma ou duas cidades, a primeira invariavelmente seria
Denor e depois de lá para Sambura, ambas as rotas tinham uma previsão de
aproximadamente cinco dias (de modo que seriam pelo menos 15 dias de viagem).
Para melhor acomodar certas particularidades de alguns membros do grupo,
optamos por distribuir nossas horas de viagem em metade durante o dia e metade
durante a noite, com paradas para dormir e dar descanso aos cavalos.
Durante a viagem notei que Rúmil e Ornën pareciam
ter se tornado bem próximos um do outro, o que certamente não faria nenhum mal
a nenhum dos dois (Zimar sabe que essa viagem tem sido difícil e é bom
encontrar algum alento na companhia de outros). Ainda no primeiro dia enquanto
cavalgávamos, com Zaphirá, sempre à minha sombra (me vigiando), Sorena se
aproximou de mim, disse que tinha recebido uma flor e agradeceu por eu tê-la
dado, fiquei surpreso, perguntei a ela sobre a flor (uma flor azul, exatamente
igual a que eu tinha recebido), disse que não havia sido eu e expliquei que também havia recebido uma, a
elfa disse que não tinha deixado para mim. Intrigado, falei com Rúmil e
perguntei se ele conhecia uma maneira de saber mais sobre as flores e principalmente
quem as havia deixado para nós. Num primeiro momento ao usar sua magia, o elfo
pareceu um tanto quanto atordoado e só ouviu ‘sinos’
(o que não fazia nenhum sentido). Nesse momento Zaphirá se aproximou de Sorena
e sacando sua espada tentou atacá-la, por sorte ou quem sabe algum instinto e
elfa conseguiu evitar o ataque da drow. Zaphirá então olhou para mim e disse “Acho
que a sua memória está errada Dylan”. Fiquei alguns momentos
parado, então perguntei se ela estava louca, fiquei tão aturdido que até
esqueci da historia das flores.
Montamos acampamento, e fui treinar com Molotoch
(deixei Zaphirá e os outros cientes disso, para o caso de alguma
eventualidade), o ambiente em que me vi, era diferente de tudo que eu já tinha
visto. Um terreno aberto com construções bonitas, um riacho sobre o qual havia
uma ponte. Pequenas construções cobertas estavam distribuídas ao longo do
jardim. Molotoch, dessa vez em sua própria forma me esperava ali. Fez sinal
para que eu me aproximasse. Ali próximo a ela havia uma pequena mesa, com um
conjunto de chá, ela me convidou a sentar a mesa e me ofereceu o chá, aceitei,
ela começou a servir, a xícara começou a encher-se até derramar e ainda assim
Molotoch continuava servindo enquanto olhava para mim. Disse a ela que parasse.
Molotoch então perguntou se eu achava que estava
evoluindo no treinamento, eu não sabia bem o que responder, por fim ela
explicou que eu precisava esvaziar a cabeça, esquecer os sentimentos por
Lendra, a preocupação com a missão, pois tudo isso me impedia de limpar a mente
e obter sucesso no treinamento, assimilei as palavras, para mim de fato era
difícil deixar para lá tudo isso, mas era verdadeiramente necessário então eu
disse que faria o melhor. Molotoch indicou outro local e começamos o treino de
verdade (infelizmente sem muito sucesso, nesses primeiros dias).
Após o treino e outros afazeres, dividimos os
turnos de vigília, Zaphirá ficou comigo (isso ao que parece tinha se tornado
habitual), mas não houve nada de excepcional durante o nosso turno. Assim que
acordei soube que Dorian e Asculus, que tinham feito o ultimo turno antes do
amanhecer, tinham visto um tipo de vulto no nosso caminho, mas ele havia
desaparecido assim que o sol nascer, além disso eles relataram ter visto um
dragão rosa. Eu certamente nunca tinha ouvido falar em tal coisa e segundo o
que disseram ele tinha seguido para o n
orte, de modo que talvez ainda o
encontrássemos. Seguimos viagem e não houve nenhum incidente, até o amanhecer
seguinte, quando novamente Doiran e Asculus viram novamente o vulto. Rúmil e
Zaphirá se interessaram pelo assunto e decidiram investigar. Rúmil através de
sua magia, Zaphira trocou o turno de vigília com Asculus (acho que foi a
primeira vez em... nem sei quanto tempo que ela não esteve concentrada em me
vigiar). Depois de algum tempo e com algumas informações Rúmil me procurou,
disse que o tal vulto se tratava de um fantasma que estava preso ali, ao que
parece ele havia buscado ajuda com Dorian e cinzento, mas o esqueleto não havia
respondido a nenhum apelo. De modo que o elfo me perguntou se seria possível
libertar o espírito usando Molotoch (a espada), o fato é que se fosse
necessário poderia sim usá-la para libertar o espírito, mas seria melhor se
soubéssemos mais antes de fazer alguma coisa.
Assim que tive chance (já era o nosso terceiro dia
de viagem aproximadamente) consultei Molotoch, sobre coisas que precisávamos
ainda resolver, contei a ela sobre as memórias trocadas de Sorena e sobre a
possibilidade de realizar um ritual que restauraria as nossas memórias,
expliquei também sobre a dificuldade encontrar um local “puro”
onde realizar o ritual. Molotoch disse que realmente seria difícil encontrar um
local como esse, mas me avisaria se sentisse a presença de um. Molotoch me
alertou sobre um possível distanciamento entre nós, relatei os acontecimentos
descritos por Dorian e Asculus, sobre o vulto a nossa frente e sobre se tratar
de um fantasma pelas descobertas de Rúmil, Molotoch avisou que talvez em nosso
caminho houvesse mais fantasmas ou um território amaldiçoado e isso possível e
provavelmente poderia interromper nosso contato, ela também me falou sobre o
dragão rosa, que era um ser de magia “pura”,
e que poderia ser um aliado se pudéssemos conversar com ele.
Contei a Rúmil, na verdade a todos o que Molotoch
havia me revelado, pois imaginei que assim como eu alguns deles poderiam perder o contato com
seus itens de poder, mais tarde nesse mesmo dia Ornën disse ter visto uma
cidade, cidade esta que não constava dos mapas, Zaphirá e eu consultamos o mapa
novamente, mas a cidade de Denor estava ainda a pelo menos um dia e meio de
viagem. Mais algumas horas e Ornën retornou com mais informações na verdade a
cidade a frente estava em ruínas. Rúmil (usando algum tipo de mágica, imagino)
disse que ali havia muitos fantasmas.
Debatemos rapidamente se deveríamos
entrar na cidade ou dar a volta para seguir o nosso caminha. Acabamos optando
por entrar (mesmo sabendo dos possíveis riscos de não podermos contar com as
armas mágicas). Andamos por ruas desertas, passando a frente de ruínas de
velhas casas, alguns de nós as vezes adentravam as casas (ou melhor, os
escombros) tentando encontrar alguma pista do que havia acontecido ali, ou
qualquer sinal de vida.
Enquanto andávamos por uma das ruas (tentamos nos
manter próximos uns dos outros), nos deparamos com a figura de um guerreiro
esqueleto parado a porta de uma casa, Dorian prontamente o identificou como
sendo “Cinzento” (o mesmo “espírito”
que estava preso ao seu machado). O esqueleto voltasse para nós, Dorian e Rúmil
fazem perguntas a ele, Rúmil explica sobre o fantasma que nos trouxe até ali e
pergunta se temos alguma forma de ajudar. Cinzento diz que não há nada a fazer
e após algum tempo começa a contar sua historia que está intimamente ligada ao
destino dessa cidade.
“Ele conta que a muito tempo, era um
guarda dessa cidade e que um dia acabou por ver uma princesa elfica, da que
vinha numa comitiva da cidade de Lyra. Ele ficou encantado mas não teve
oportunidade de se aproximar, alguns anos depois ele já capitão, foi acompanhar
o transporte de uma carga a te a cidade e lá numa situação inusitada acabou por
encontrá-la novamente e resgatá-la de um quase acidente com uma carruagem, ela
parecia doente, mas ele não teve chance de averiguar nada, pois a guarda elfica
o afastou e a levou para o castelo. Preocupado com a situação da princesa Leon
se infiltrou no palácio e acabou por descobrir que a princesa estava
aprisionada em seus aposentos por ordem de seu pai, pois havia tentando uma
fuga. De maneira muito arriscada o guarda conseguiu ir até os aposentos da
princesa Alenissary, que assim que o viu implorou sua ajuda para fugir dali,
explicando que era prisioneira de uma mago que havia tomado o lugar de seu pai
e pretendia matá-la.
Com ajuda
Leon conseguiu tirá-la do palácio apenas para ambos serem capturados, o mago
lançou uma maldição sobre a princesa e acusou Leon de matá-la o guarda foi
então preso e levado para uma ilha onde cumpriria sua sentença. Nessa ilha Leon
encontrou um mago que se propôs a lhe dar meios de derrotar o mago maligno em
troca de ajuda para ambos poderem fugir de Melaqua (a ilha). Eles conseguiram
após alguns anos. O mago cumpriu parte de sua promessa construindo uma arma que
poderia ser usada contra o outro mago, mas para que ela funcionasse era
necessário uma alma, e não querendo sacrificar ninguém Leon ofereceu a sua
própria. De posse dessa arma o guerreiro derrotou o mago, que acabou fugindo. O
povo de Lyra acabou por descobrir a morte de seu rei. Leon ainda não sabia que
fim tinha levado a princesa, e logo após a batalha ele havia se tornado um
esqueleto (consumido pelo poder da arma), um morto vivo capaz de transitar
entre os mundos e graças a isso ele pode encontrar o espírito da princesa,
vagando pela cidade. Seguindo-a ele encontrou uma estatua a qual ela parecia
estar ligada, presa ali incapaz de se libertar. Leon conhecia uma magia que
poderia libertá-la, mas essa magia só poderia ser usada por alguém vivo, com o
tempo ele acabou e tornando parte da arma, incapaz de libertar a princesa,
incapaz de fazer qualquer coisa exceto esperar a chance de ser libertado e se
vingar”.
Ainda segundo cinzento a maldição destruiu a cidade
e prendeu todos os espíritos de seus habitantes ali. Eu estava ali ouvindo e
tudo me pareceu tão familiar, tão parecido com a historia de Vastia, uma cidade
perdida, amaldiçoada... as pessoas condenadas por algo do qual nem tinham
conhecimento. Dorian, Rúmil e eu discutimos com cinzento se haveria uma forma
de ajudar a resolver essa situação. O esqueleto diz que ali não havia como
fazer nada, talvez houvesse como fazer algo quando chegássemos em Lyra, mas
fazer algo poderia resultar na destruição da cidade (e na perda de milhares de
vidas). Ainda assim todos concordamos tacitamente em tentar descobrir mais e
ajudar se pudéssemos (talvez um de nós pudesse realizar a magia).
Estávamos ali conversando quando Örnen que fazia o
reconhecimento aéreo deu o alarme, foi então que percebemos que os arautos do
caos estavam chegando, com Molotoch na mão eu segui na direção dos arautos,
eram sete e Delar não estava com eles (em nosso encontro anterior eles eram 6,
o que me faz pensar, como é que eles surgem?), Örnen iniciou o ataque usando
seu arco mágico enquanto sobrevoava o local, conseguindo assim afastar um dos
arautos. Temendo que os outros se ferissem eu disse a todos que corressem, o
que nenhum deles fez. Zaphirá e Hebion já não estavam a vista nesse momento,
provavelmente estavam explorando outros pontos das ruínas da cidade. Lyra
recuou, mas preparou seu arco, Rúmil e Sorena estavam para trás, de modo que Kyoshiro,
Asculus e Dorian avançaram a frente junto comigo, ali naquela cidade Cinzento
era mais poderoso podendo se manifestar fisicamente e sendo Dorian um guerreiro
feroz, avançou rapidamente saltando sobre os arautos retalhando rapidamente
alguns deles, eu me defendi de um ataque usando Molotoch e evitei outro
saltando para trás, percebi Sorena murmurando algumas palavras (provavelmente
usando magia), Asculus tentou bloquear um ataque com seu machado, mas esse se
partiu e ele foi gravemente ferido indo ao chão, Kyoshiro manteve sua posição.
Pronto para defender os que estavam para trás. Repentinamente o chão sob os pés
dos arautos cedeu, (magia é realmente algo impressionante), Dorian saltou para
o buraco sobre os arautos que não tiveram a mínima chance, por fim ataquei o
ultimo arauto que havia fugido em chamas (atingido pelas flechas de Örnen), ele
aparou o meu ataque apenas para ser atingido pelo ataque conjunto de Dorian e
Cinzento. Os arautos estavam destruídos (se é que é verdadeiramente possível
destruir algum deles). Örnen estava prestando socorro a Asculus (eles nunca se
deram bem, mas sempre acreditei que ambos poderiam passar por cima das
desavenças para ajudar em momentos de crise), Rúmil vinha chegando para ajudar
Asculus, e repentinamente Kyoshiro desabou, Sorena se aproximou para ajudá-lo e
nesse momento Zaphirá chegou, dizendo ter ouvido sons do combate e vindo
verificar. Kyoshiro parecia paralisado e sentindo muita dor, ele disse ter sido
atingido pelas costas, pude ver na nuca dele uma marca arroxeada, como se
tivesse sido atingido por algo pequeno. Estranhamente isso me fez lembrar de
algo que tinha ouvido a muito tempo sobre um tipo de técnica que bloqueava os
movimentos do corpo e poderia até matar. Depois de curar Asculus, Rúmil e
aproximou e usando novamente sua magia conseguiu também ajudar Kyoshiro.
Enquanto discutíamos e tentávamos entender o que havia acontecido ...
Observações:
Kyoshiro acusa Zaphirá por saber que ela era a única ali para ter o conhecimento que foi usado para tentar mata-lo. Ela se defende e disse ter vindo sozinha porque Hebion se recusava a lutar outra batalha em vão. Sorena diz que ela veio de outra direção...
Exploramos
outros pontos da cidade, encontramos um templo, um templo dedicado a Karenis
(algo bastante incomum) lá dentro a estatua da deusa estava partida ao meio,
encontramos também ali perto o corpo de Hebion, morto pela espada de um arauto
segundo informações que Rúmil conseguiu e também partido ao meio (uma morte
rápida, misericordiosamente), recolhi o corpo e o levamos para fora da cidade
onde o cremamos numa pira (não pude deixar de pensar que poderia ter feito mais
por ele, ou que talvez devesse ter agido melhor, bom... que os deuses o levem e
guardem) então deixamos as ruínas para trás, agora com um companheiro a menos.
Um dia e meio de viagem depois disso alcançamos
Denor, me dirigi diretamente para uma estalagem, fui encarregado de conseguir
acomodações para alguns dos outros que foram imediatamente explorar a cidade,
essa diferente das ruínas, cheia de vida e movimento. Estava eu na estalagem,
já havia cuidado de todos os meus afazeres (basicamente organizar os meus
pertences) e estava considerando a idéia de treinar um pouco quando Lyra entrou
na estalagem acompanhada de Mérida e Örnen e talvez por eu ser o único ali
presente e por estar brava com Mérida, começou a despejar sobre mim uma epopéia
sobre o que havia acontecido com ela nas ultimas horas. Incentivado por Örnen
(que a todo momento, fazia gestos e indicações murmuradas para que eu ficasse
calado e não discutisse) e também pelo inusitado da situação de Lyra “de
bom grado” se dispor a falar comigo, me abstive de dar muitas
opiniões.
O que fui capaz de entender de tudo o que a
meio-elfa me disse foi que:
“Ela
estava passeando junto com Mérida pela cidade quando foi abordada por um membro
da guarda da cidade que disse que ela não poderia andar com um tigre solto
(Mérida) pela cidade, que isso causaria e estava causando tumulto e pânico
entre as pessoas. Lyra discutiu com ele, mas ainda assim decidiu vir para a
estalagem com Mérida, no caminho ela foi novamente abordada por um homem que a
agarrou fazendo juras e propostas de amor e que a beijou sem qualquer cerimônia
ou preâmbulo, enquanto ela resistia (segundo o que ela contou), e tentava se
livrar, Örnen que estava sobrevoando a cidade em sua forma de águia, veio para
ajudá-la e juntas as duas conseguiram se desvencilhar do sujeito que se afastou
e sumiu em meio a multidão (que se aglomerou para assistir a cena), e foi então
que Lyra percebeu que havia sido roubada, despojada de quase todos os seus
pertences exceto o arco, alijava e as roupas, sem poder andar pela cidade para
procurar devido a estar com Mérida (o que poderia atrair mais problemas), a
meio-elfa e Örnen (em sua forma humana) voltaram para a estalagem para deixar a
tigresa e então sair novamente para uma taverna onde esperavam encontrar pistas
do ladrão e quem sabe até ele mesmo e... bom dar a ele uma lição...”
Observações: A imaturidade e o egocentrismo de Lyra ainda irão colocar seu tigre em apuros...
Lyra estava realmente muito exaltada e por um
motivo que não fez muito sentido para mim, estava culpando Mérida por não tê-la
“defendido” do assaltante (acho que ela
não entendia o problema que geraria se Mérida tivesse atacado alguém na
cidade), as ideias da jovem meio-elfa para punir o bandido eram um tanto quanto
exageradas de maneira que para tentar garantir que as coisas não fossem longe
demais. Deixamos Mérida na estalagem e seguimos para a taverna mais movimentada
da cidade “O pônei saltitante” (um nome bem espirituoso,
na minha opinião) onde esperávamos encontrar pistas ou quem sabe o próprio
ladrão. Adentramos a taverna, havia um clima estranho no ar (algumas brigas
começavam do nada a partir de conversas que pareciam casuais), muitos dos
nossos companheiros também estavam ali (eu vi rapidamente Dorian e Asculus),
sentados a uma mesa...
Observações:
Asculus e Doiran buscavam informações sobre o dragão rosa e conseguiram. Ele está a Leste, num local chamado Lago Rosa.
...continuei procurando o ladrão baseado nas descrições dadas
por Lyra e Örnen, que após alguns momentos me cutucou e indicou o bandido, que
estava a um canto, sem avisar nada a Lyra caminhei em meio a taverna me
aproximando do sujeito, ao me aproximar ouvi que ele estava ali alardeando seus
feitos em especial estava bravateando sobre ter roubado uma meio-elfa. Me
aproximei calmamente toquei o ombro dele e no momento em que ele se virou para
olhar para mim, dei-lhe um soco no rosto e então agarrei pelo colarinho e exigi
que ele devolvesse o que tinha roubado, por um momento achei que ele ia negar
que tinha roubado algo, mas simplesmente despejou na minha cara uma confissão
Dorian se aproximou segurou o sujeito pelo pé e o sacudiu, uma serie de
objetos, caiu no chão, olhei para Lyra que já estava atrás de mim e indiquei os
objetos dizendo que ela recolhesse o que era dela.
Observações:
Alguém em um canto escuro observava a movimentação. Por dentro sentia-se feliz por saber que ainda havia honra no mundo...
As pessoas no bar começaram
a espancar o bandido depois que Dorian o largou (ao que parece ele havia
roubado também as pessoas ali presentes), recolhi o sujeito do chão e o
arrastei para fora da taverna Lyra e Örnen vindo logo atrás de mim. E o
entreguei aos guardas que faziam a ronda na rua, os guardas já o conheciam e
não se surpreenderam com o acontecido, antes do bandido ser levado para a
cadeia Lyra deu a ele algo para se “lembrar”,
uma bela joelhada na virilha.
Observações:
O estranho era observar que o olhar de Lyra pedia mais... algo talvez mais cruel.
Depois disso seguimos de volta para a estalagem. No
caminho Lyra agradeceu a minha ajuda(algo bem inusitado). Ela certamente estava
mais calma depois de recuperar seus pertences. Eu me dirigi ao meu quarto (o
que ia dividir com Zaphirá, que alias não estava lá) e estava me preparando
para dormir, quando bateram à porta, era Rúmil, ele explicou rapidamente que
estava usando um tipo de magia nova, quando encontrou um dos “portadores
da lança” de Farenis com o qual estava conversando. O elfo
me fez perguntas inusitadas, coisas como “Se eu já tinha visto Zimar
alguma vez, ou se alguém da minha ordem já tinha visto”,
respondi a ele que sim, que havia relatos sobre visões de Zimar, embora eu
mesmo nunca o tenha visto. Rúmil então disse que eu deveria pesquisar mais
sobre o culto de Farenis, dado que a “deusa do equilíbrio”
poderia também representar a “justiça” podendo então ser que Zimar
se tratasse de uma das faces da Farenis. Não discuti o assunto, acreditei que
Rúmil esperava de alguma maneira me ajudar com essas informações. Mas embora
Equilíbrio e Justiça possam ser conceitos similares eu não acredito que sejam a
“mesma coisa” (O “equilíbrio”
a meu ver, prega que duas ou mais forças permaneçam em pé de igualdade,
enquanto a “justiça” é uma força que leva tudo
na direção do que é justo e legitimo, sem garantir o equilíbrio de qualquer
força), mas é uma questão de semântica.
Partimos ao final da manhã seguinte, na primeira
oportunidade retomei meus treinos com Molotoch, mas ainda não conseguia
esvaziar a minha mente o bastante para antecipar ou me defender dos ataques,
além dos treinos deixei Molotoch a par de acontecimentos recentes como o nosso
novo encontro com os arautos. Os dias transcorreram rapidamente e sem
incidentes, no terceiro dia consegui superar a segunda etapa do treinamento,
limpei a minha mente de todo pensamento e consegui então prever os movimentos
de Molotoch, ou melhor conseguia não exatamente prever os movimentos, mas
perceber sua intenções de ataque, era quase como ver o futuro (uma pequena
parcela dele), mas num combate mesmo uma pequena parcela pode ser decisiva.
Molotoch me congratulou pelo sucesso, disse que agora poderia estar mais
presente e ciente do que acontecia ao meu redor, disse também que eu receberia
mais efeitos de sua presença e alertou que a terceira parte do treinamento
seria a mais difícil e que quando a hora “final”
chegasse eu teria que fazer o sacrifício trespassando meu peito com a espada.
Eu tinha alguma curiosidade sobre o que aconteceria com ela, e comigo, “quanto
tempo ela ficaria livre? O que aconteceria com o meu corpo, desapareceria?”,
ela disse que ficaria livre pelo tempo que durasse a minha vida, pelo tempo que
minha vida pudesse sustentá-la e que tudo, incluindo o meu corpo seria
consumido ao final do processo (eu acho que sempre estive disposto a aceitar a
morte de bom grado, se fosse para cumprir com o meu dever, é o que se espera de
um Juiz afinal. Não é? Mas isso era um pouco diferente, não seria apenas “morte”,
mas sim “Oblívio”, inexistência total, não
havia como recuar agora e muitas coisas dependiam do meu sucesso, meu e dos
companheiros de missão...)
Despertei do treino, Zaphirá estava por perto, me
observando como sempre, ela me disse que eu estava diferente e me mostrou meu
reflexo numa lâmina, realmente estava bastante diferente, parecia que tinha
envelhecido uma década ou mais, havia mechas brancas no meu cabelo, barba no
meu rosto, deduzi que fosse um dos efeitos aos quais Molotoch se referia quando
conversamos. Então finalmente o tempo me alcançaria, eu seria novamente afetado
por ele, então que fosse. Quando retornamos ao acampamento todos ficaram
surpresos com a mudança que havia acontecido, usando sua magia Rúmil fez as
mudanças se reverterem. Alguns me alertaram que eu havia passado muito tempo
adormecido e que o tempo poderia cobrar o seu preço rapidamente. Eu já estava
ciente, agradeci a Rúmil pela nova “benção”
e a todos pelos avisos. No dia seguinte Asculus me procurou, disse ter conversado
com Dorian e disse que havia sido envenenado, pedi que ele explicasse melhor,
ele disse que na cidade anterior ele todos que estavam na taverna haviam sido
expostos a poção da verdade, a mesma que havíamos usado na cidade de Mekbara.
Eu disse a ele que apenas duas pessoas conheciam o método de fabricação da
poção mas que iria verificar com essas pessoas e então nos reuniríamos para
resolver essa questão.
Falei com Rúmil, foi a ele que dei as instruções do
preparo da poção e perguntei pura e simplesmente se ele a havia usado na noite
que passamos em Denor. Ele disse que não, que havia passado toda aquela noite
meditando (foi nessa noite que ele falou comigo sobre a conversa com o “lanceiro”)
e não vi motivo para duvidar dele, de modo que só restava uma pessoa que tinha
conhecimento para fazer a poção, nos reunimos na primeira oportunidade e após
algumas explicações perguntei a Zaphirá se ela tinha usado a poção na taverna,
com relutância ela admitiu que sim, disse que usou a poção, pois acreditava que
os objetivos de Asculus (e possivelmente dos outros também) em relação a
relíquia não era o mesmos que os dos outros membros da liga da relíquia. Era de
se esperar que os nossos objetivos não fossem os mesmos, (somos de raças
diferentes, com culturas diferentes, entramos nessa missão por motivos
diferentes então é bem provável que tivéssemos objetivos finais diferentes), a
maioria de nós pretendia recuperar a relíquia e devolvê-la ao templo do deus
dos deuses, Asculus admitiu que pretendia levá-la até o seu povo (embora não
tenha admitido que pretendia deixá-la lá). Sinceramente isso me importava muito
pouco nesse momento, ainda não tínhamos a relíquia, de modo que poderíamos
deixar a discussão de para onde e quando ele iria a qualquer lugar para quando
a tivéssemos, de modo que não acreditava correta a atitude de Zaphirá de usar
de um artifício como a “poção” (alias usada num local e de modo que poderia
ocasionar perigo de morte para varias pessoas) para revelar os objetivos do
hadjur. Rúmil defendeu a atitude dela (não entendi porque), eu disse que por
mais que fossemos diferentes deveríamos ter pelo menos respeito uns pelos
outros. A discussão tornou-se generalizada e não chegamos a lugar nenhum. A
situação era bastante desconfortável, a atitude da drow mostrava que ela não
confiava em ninguém, e os atos dela fez com que se perdesse parte da confiança
que possuíamos na unidade do grupo. Seguimos viagem novamente.
Chegamos a Senóia, uma cidade portuária e com a
confiança uns nos outros ainda abalada reservamos quartos na estalagem e fomos
explorar a cidade, buscando informações separadamente. Caminhei pela cidade
observando os templos, diferente das outras cidades por onde havíamos passado,
havia templos de vários deuses além da trindade (Mitrenis, Farenis e Karenis),
vi Kyoshiro encaminhando-se um templo que possuía vários dragões esculpidos na rocha
(o Deus dragão de sua terra) que ficava no alto da cidade, outros seguiram na direção de outros templos ou
outras partes da cidade, me peguei a pensar se haveria um templo de Zimar ali e
após algum tempo de busca, acabei por encontrar, e para minha surpresa não
havia apenas um templo, pois ali, tão distante do outro lado do mar em outro
continente, também havia juízes (homens vestidos de negro usando mantos e
ostentando marcas na mão direita), adentrei o templo e contemplei as pessoas “juízes”
maravilhado, muitos deles olharam para mim murmúrios se espalhavam, até que um
oficial me interpelou perguntando quem eu era e o que estava fazendo ali. Fiz
uma reverencia, apresentei-me disse que também era um juiz, disse que havia
sido ordenado em Vastia uma cidade do outro lado do mar. E como ele parecia não
acreditar que havia algo do outro lado do mar, contei a ele a historia de nossa
demanda. Após ouvir, ele parecia um pouco aturdido (não podia culpá-lo, supondo
que repentinamente surgisse um estranho dizendo vir de um lugar que
supostamente não deveria existir, esse mesmo estranho diz ter mais de 300 anos
e diz que está numa demanda, lidando com deuses e toda sorte de problemas “fantásticos”,
de fato difícil de acreditar), ainda assim ele se dispôs a me levar até o
comandante dos juízes, enquanto ele me mostrava o caminho, fiz a ele perguntas,
estava tentando entender se havia alguma diferença entre a ordem aqui e no
outro continente (qual delas teria se formado primeiro?), a diferença mais
marcante que pude notar, era que aqui os juízes também tinham a função de
executores, ou seja se a culpa de alguém fosse comprovada cabia ao juiz também
executar a sentença (incluindo a morte para alguns crimes), enquanto que no
outro continente éramos agentes da justiça, mas geralmente não executores de
penas. Além disso os juízes aqui tinham ligação com o reino de Mekbara de forma
a servirem como forças do reino (tendo também algum tipo de poder político).
Chegamos a sala do comandante, um homem mais velho que ouviu minha historia com
mais calma embora não sem espanto. Ele disse que tudo era “fantástico”
demais e perguntou o que poderia fazer por mim, expliquei a ela que
precisávamos (eu e todos os companheiros) seguir de barco para a cidade elfica Lyra
para cumprir nossa demanda, ele disse que poderia conseguir um barco e passagem
para os humanos, elfos e provavelmente meio-elfos, mas não para um anão e
outros “seres diferentes” (drow, e hadjurs), eu disse
que todos nós éramos necessários para cumprir a tarefa e que nenhum poderia
ficar para trás. O comandante me disse que a única forma de conseguir levar
todos seria se eles fossem nomeados como algum tipo de embaixadores do reino,
mas que para conseguir isso uma carta teria que ser enviada a rainha (Semirá) o
que levaria pelo menos uma semana (ao meu ver não havia outra forma de irmos
todos), então pedi a ele que mandasse a carta. Me foi oferecido também a chance
de repor meu equipamento (minha farda de juiz) e meu manto o que aceitei
prontamente, me acompanharam até o deposito onde troquei minhas roupas e peguei
um manto novo, além de um elmo (todos os juízes ali pareciam especialmente
impressionados com Molotoch) eu me despedi, já era fim da tarde quando sai do
templo, disse o nome da estalagem em que estaria, agora cabia a mim dizer a
todos o que havia descoberto ali e que teríamos pelo menos uma semana para
partir.
Voltei a estalagem, mas não encontrei ninguém a
vista, ou ainda não tinham voltado ou estavam todos em seus aposentos. Segui
para os meus aposentos decidido a falar com todos na primeira oportunidade no
dia seguinte, tínhamos que elaborar... ou melhor, rever os planos para a viagem
e para quando chegássemos a cidade Lyra. Sorena bateu a minha porta disse que queria
conversar comigo. Descemos até o refeitoria da hospedaria, iniciamos a conversa com uma pergunta estranha de Sorena. ela disse que estava cuidando de
Kyoshiro que havia sido atacado novamente. Voltei as minhas memórias para o ataque anterior. Porque Kyoshiro? Estava eu
a pensar nisso enquanto falava com Sorena associando a situação ao que havia
ocorrido enquanto estávamos nas ruínas e localizando cada pessoa no momento em
que Kyoshiro havia sido atacado (a única pessoa que eu não sabia onde estava
eram Zaphirá e Hebion, a drow depois de chegar disse que estava fazendo
reconhecimento num outro local, quanto a Hebion...), Sorena explicou o que ela
sabia desse segundo ataque, que logo após sair do templo do dragão, ele estava
tentando ajudar alguém “uma moça” pelas palavras de Sorena quando
foi envenenado. Repentinamente ela fez uma expressão séria com
gestos e expressões que eu reconheci como sendo os de Lendra indicando alguma
tensão como se estivesse se preparando para um ataque (era perturbador ver os
trejeitos de Lendra em outra pessoa) me deu um beijo no rosto e saiu no exato momento
em que Zaphirá se aproximava. Eu estava ali ainda pensando no que ela tinha
dito. Havia algumas
coisas complicadas acontecendo, agora havia um clima de desconfiança ente
todos, além disso por duas vezes alguém tinha tentado matar Kyoshiro (quem teria
interesse em matá-lo desse lado do mar, onde ninguém o conhece? E se não é
ninguém desse continente, só pode ser alguém que viaja conosco), fiquei com a
impressão de que a semana seria curta para resolver essa história.
Observações:
Sorena e Zaphirá saem juntas para o Templo de Mitrenis. Ambas travam uma conversa informal, apesar de que em muitos momentos a Elfa disfarçada se exalta...Impressionante a calma da Elfa Rosa...
Elas chegam até o templo onde uma noviça as leva por uma passagem para o interior do templo. Passado algum tempo Elas sãem acompanhada de uma terceira elfa de cabelos vermelhos que as encaminha para o que acho ser uma biblioteca. depois de alguns minutos a elfa disfarçada sai e entra no templo de Karenis. Logo depois retorna e Ambas ficam até mais tarde. No templo de Farenis, o elfo cego estava de saida quando se dirigiu ao templo de Karenis. Passado algum tempo ele saiu, mais o cachorro ficou.
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